Policiais militares apreenderam ontem de manhã um engenhoso aparelho de captura de senhas de cartões de saque e cartões de crédito, o chamado “chupa-cabra”, que estava instalado num caixa-eletrônico da Caixa Econômica Federal (Caixa) do supermercado Atacadão do Porto.
O aparelho consiste numa microcâmera que gravava a digitação da senha e um display que gravava os dados do cartão no momento em que era inserido. Com isso, os criminosos tinham dados e senha das vítimas. Bastava fazer um cartão clonado e o saque na conta. O chupa-cabra foi descoberto por um funcionário da empresa Probank, responsável pela manutenção dos caixas-eletrônicos da Caixa. Ao fazer a manutenção, desconfiou de uma perfuração acima do teclado. Ao checar, descobriu o equipamento criminoso. Em seguida, ele acionou policiais militares do 1º Batalhão que apreenderam o equipamento.
Conforme o funcionário, a peça de leitura do cartão é colocada antes do drive onde se insere o cartão. Após digitar a senha, descobre-se que houve “erro de leitura”. “Pronto. A pessoa já deixou os dados do cartão e a senha para os criminosos”, observou o delegado plantonista Jeferson Chaves, da Delegacia do Complexo do Verdão. O delegado não descarta a hipótese de outros caixas-eletrônicos estarem com o mesmo equipamento. “Quem pode fazer a vistoria são técnicos especializados, uma vez que um leigo não perceberá que está diante de um equipamento desses”, frisou.
O delegado acrescentou que se trata de um crime de estelionato. O equipamento será encaminhado para um delegado da própria delegacia que investiga esse tipo de crime. “O equipamento será periciado. Com isso, será possível saber sua origem e outros detalhes que levem a identificação dos criminosos”, completou. Esse é o segundo caso de apreensão desse tipo de equipamento na Grande Cuiabá.
Em junho do ano passado, PMs prenderam Ravênio José da Silva Gomes, de 25 anos, flagrado instantes depois de instalar uma máquina “chupa-cabra” num caixa-eletrônico do supermercado Modelo do Aeroporto, em Várzea Grande. Ele chegou ao supermercado usando um uniforme com a inscrição “manutenção”, abriu o caixa-eletrônico e instalou o dispositivo na parte interna do terminal. Como não pediu autorização para a gerência, os funcionários desconfiaram e acionaram a PM. Localizado minutos depois, próximo do Aeroporto Marechal Rondon, ele disse informalmente que estava com passagem marcada para Goiânia. O serviço fora praticado, segundo ele, a mando de um homem conhecido como “Welington”, morador da capital goiana.
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