sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Vereador Néviton pode sofrer retaliações pela cassação de Ralf Leite


O vereador Néviton Fagundes (PRTB) corre o risco de ser enquadrado na lei de infidelidade partidária e ser expulso do partido. Ele contrariou determinação do presidente municipal da sigla, coronel Edson Leite, e votou pela cassação do colega de partido, Ralf Leite, filho do coronel. Em seu voto, Néviton, justificou que votou com a sua consciência e que, por isso, optou pela perda do mandato de Ralf. “Eu apenas recebi um ofício me comunicando sobre a decisão da executiva municipal. Como não fui chamado para discutir o assunto, decidi votar com a minha consciência”, disse Néviton, com semblante abatido após a sessão desta quinta (6), que durou mais de seis horas.

O documento encaminhado ontem a Néviton exigia ainda a salvação do ex-presidente da Câmara, Lutero Ponce (PMDB). "A decisão dessa executiva municipal é pela não cassação de Ralf e não abertura do processo contra o vereador Lutero Ponce", diz o ofício. Informações de bastidores dão conta que a chamada "turma" do peemedebista havia fechado um acordão para "salvar" Ralf e Lutero, entretanto, como a maioria dos partidos realizou reuniões e decidiu pela perda do mandato de Ralf e abertura de processo contra o ex-presidente, os dois acabaram "morrendo" juntos sem êxito na manobra. Em verdade a pressão dos cuiabanos que acompanharam de perto toda a sessão, que durou nada menos que seis horas foi fundamental no resultado.

Esta é a segunda vez que Néviton desrespeita uma orientação do partido. A primeira vez foi durante a eleição da Mesa Diretora, quando apoiou o grupo da vereadora Lueci Ramos (PSDB), em detrimento do progressista Deucimar Silva (PP), que fora apoiado pelo PRTB e pelo próprio Ralf. “Foi uma decisão difícil, mas como na outra vez, não quis desacatar o partido. Apenas fiz o que achei mais correto”, afirma. Como o vereador é reincidente, caberá ao presidente estadual, Samuel Lemos, requisitar ou não abertura de novo processo interno contra ele, que pode culminar na sua expulsão da sigla e, consequentemente, a perda do mandato do vereador do PRTB. Neste caso, Néviton pode colocar Edson Leite sob suspeição já que o presidente é pai de Ralf e tinha interesses pessoais na “salvação” do mandato do filho.

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