O soldado PM Jota Maria será ouvido hoje na Delegacia Municipal de Chapada dos Guimarães (a 65 quilômetros da Capital) para esclarecer se participou ou não do esquema criminoso que culminou com a morte de cinco assaltantes em confronto com PMs na última sexta-feira de madrugada.
Na ocasião, cinco pessoas foram presas incluindo o cabo PM Joenil Ribeiro Pires. De acordo com as investigações, Jota Maria estava na viatura do 1º Destacamento da Polícia Militar em companhia do cabo Pires. Eles vieram, na quinta-feira à noite, até Cuiabá buscar quatro cilindros de ar para maçarico e as quatro armas – uma submetralhadora, duas pistolas e um revólver. As armas foram apreendidas com os quatro assaltantes mortos. “Todo esse material, tanto o maçarico com os cilindros como as armas estavam com o cabo Pires. Foram deixados com a quadrilha horas antes de invadirem a agência do Banco do Brasil”, informou um policial. Esse equipamento estaria numa casa do bairro Lixeira.
O depoimento do militar será decisivo para confirmar se ele teve participação ou não no esquema criminoso. “É difícil explicar o inexplicável. É possível sim que o soldado não tenha sido informado pelo cabo (Pires) o que traria, ficando sabendo só na hora”, avaliou um policial plantonista. A perícia realizada na viatura aponta vestígios dos cilindros na viatura, mas somente o laudo é que confirmará ou não os indícios. Os maçaricos teriam sido comprados em Cuiabá. A polícia tenta identificar a empresa que vendeu os equipamentos e, principalmente para quem. Segundo policiais da Delegacia Municipal de Chapada dos Guimarães, a viatura da PM será periciada para identificar vestígios dos cilindros do maçarico. “A confirmação indicará que tem mais policiais envolvidos, pois um policial não usa sozinho”, explicou um agente.
Os policiais descobriram também que quatro dos cinco assaltantes mortos usavam nomes falsos. Entre os mortos está um dos “pilares” do esquema de roubo de caixas-eletrônicos em Cuiabá. Trata-se de Franklinglei da Silva Andrade, o “Frank”, que usava nome de Camilo Pereira da Silva Júnior. Esveraldo Silva dos Santos, de 28, o “Quebão”, estava com documentos em nome de Edson Cleber de Oliveira. Ele tem várias passagens pela polícia por roubo de jóias em Cuiabá. Num deles, chegou a roubar cerca de R$ 250 mil. Jonilson Alves dos Santos, o “Vadinho”, de 27 anos, está entre os mortos no confronto. Ele morava no Jardim Vitória, em Cuiabá, e havia fugido da Delegacia de Chapada em novembro do ano passado. (AR)
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