quarta-feira, 15 de junho de 2011

Arcanjo é denunciado por mais um Homicídio



O Ministério Público Estadual denunciou ontem João Arcanjo Ribeiro pelo homicídio do então vereador por Várzea Grande e ex-cabo da Polícia Militar Valdir Pereira, ocorrido em agosto de 2002. Este é o oitavo assassinato atribuído ao ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso. Também foram denunciados Edmilson Pereira da Silva, João Leite e os ex-policiais militares Hércules Araújo Agostinho, Célio Alves de Souza e José de Barros Costa.

Os seis foram denunciados por homicídio duplamente qualificado: mediante paga ou promessa de recompensa e emboscada ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima. A pena é de 12 a 30 anos de prisão.

O crime aconteceu na noite de 7 de agosto de 2002, no bairro Jardim Glória II, em Várzea Grande. Célio Alves, Hércules e José de Barros, conforme a acusação, assassinaram Pereira em uma emboscada na frente da casa da vítima. O então vereador e candidato a deputado estadual foi morto com tiros de espingarda calibre 12. Os criminosos fugiram em um carro disponibilizado por Edmilson Silva.

O crime aconteceu pouco depois do lançamento da candidatura de Pereira ao cargo de deputado pelo PPB. Ele estava do lado de fora de seu carro, um Vectra cor vinho. A porta do passageiro estava aberta e ele estava de pé, com as mãos sobre a porta, conversando com um amigo que estava na frente do carro. O motorista do Vectra também presenciou o crime. Pelo menos cinco tiros foram disparados. Um deles acertou a cabeça do vereador. Os assassinos teriam atirado de um terreno baldio em frente à casa da vítima.

Segundo a denúncia do promotor de justiça Allan Sidney do Ó Souza, Célio, Hércules e Barros foram agenciados por João Leite a mando de Arcanjo, mediante pagamento de recompensa pelo assassinato. O motivo do crime seria a disputa de pontos de exploração de jogos de azar. O “comendador” era, então o chefe do jogo do bicho em Mato Grosso. A denúncia foi encaminhada para a 1ª Vara Criminal de Várzea Grande.

Apesar de ser acusado pelo MPE de ter sido o mandante de oito assassinatos, Arcanjo ainda não foi julgado por nenhum dos crimes. Ele foi condenado pela Justiça a 37 anos de prisão por formação de quadrilha, falsidade ideológica, contrabando e crime contra a ordem tributária. Ele cumpre pena no presídio federal de Campo Grande(MS).

Os ex-policiais militares Célio Alves e Hércules, acusados de fazer pistolagem a mando de Arcanjo, já foram condenados por alguns dos assassinatos que teriam sido cometidos sob a ordem do comendador. Os dois cumpriam pena na penitenciária federal de Porto Velho (RO), mas atualmente estão na Penitenciária Central do Estado, onde aguardam decisão da Justiça sobre a transferência de ambos para outro presídio federal de segurança máxima.

POLÍTICA E POLÍCIA – O vereador executado foi acusado de ter participado, em abril de 2000, do assassinato do segurança Ildeu Ferreira dos Santos, que trabalhava com o empresário Valdir Piran. Segundo denúncia do MPE, o crime teria sido cometido por Valdir Pereira e seu irmão Denivaldo Pereira – atual secretário de Esportes de Várzea Grande, conhecido como Baiano Pereira, vereador licenciado - por causa de uma dívida de R$ 1,8 milhão que Piran tinha com o também empresário Luiz Carlos de Jorge.

Em outubro de 2000, Valdir Pereira se entregou à polícia e ficou 70 dias preso. Foi detido novamente em novembro de 2001, mas ficou 20 dias na cadeia. Depois de sua morte, o processo foi arquivado.

Diario de Cuiaba

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