domingo, 22 de maio de 2011

Comerciantes não querem mais caixas eletrônicos em seus estabelecimentos



Os frequentes arrombamentos a caixas-eletrônicos têm feito com que comerciantes evitem ou desistam de colocar o equipamento no interior de suas lojas. Além da comodidade com a presença das máquinas, elas favorecem com que o cliente fique habituado a entrar no estabelecimento e acabe realizando as chamadas compras por impulso, o que costuma dar certo. Mas a idéia tem sido deixada de lado por conta da violência.

É o que aconteceu em uma farmácia localizada na avenida Mato Grosso, região central de Cuiabá. O proprietário Miguel Ângelo Carrocia conta que desistiu de manter o equipamento dentro do estabelecimento após o último assalto, ocorrido em março deste ano. "Foi por volta das 22 horas. Eu e três funcionários estávamos fechando a farmácia quando fomos rendidos", relata.

Miguel lembra que os bandidos conseguiram abrir o cofre, mas não concretizaram o roubo porque acabaram presos pela polícia, que foi acionada por vizinhos. "É horrível. Depois que tiramos o caixa-eletrônico trabalhamos mais tranquilos", comenta. Porém, ele reconhece que o movimento de clientes caiu entre 20% a 30%.

Dados do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb) mostram que neste ano já ocorreram 40 arrombamentos de caixas-eletrônicos no Estado. Ano passado, foram 120. Esse número deu a Mato Grosso o segundo lugar no ranking nacional neste tipo de crime. A maioria dos casos envolve caixas do Banco do Brasil.

Presidente do Seeb, Arilson Silva confirma a desistência por parte dos comerciantes ou lojistas. "Não temos um levantamento, mas tem aumentado o número de empresários que não querem mais manter o caixa-eletrônico dentro do seu estabelecimento, pois temos recebido informações dos proprietários dos comércios arrombados e por parte da própria polícia", informa.

Silva entende que esta situação é resultado da falta de investimento em segurança. "O banco disponibiliza o caixa-eletrônico, que presta serviço à população, mas não disponibiliza equipamentos de segurança", afirma.

O presidente do Sindicato deixa claro que o movimento sindical não é contra a instalação dos equipamentos no comércio local, mas que tem apresentado algumas sugestões que possam inibir os bandidos. "Uma delas é a instalação de câmaras ‘linkadas' com o serviço de inteligência da polícia para tornar esses locais mais seguros", exemplifica.

Silva lembra que os bancos alcançam cifras bilionárias ao longo do ano e, até por isso, têm que ter uma preocupação maior com a proteção de seus clientes. "Apesar de serem locais privados os bancos fazem destes estabelecimentos comerciais uma extensão das suas agências. Ao mesmo tempo em que levam benefício com a prestação de serviço, também oferecem riscos e, por isso defendemos a instalação de equipamentos como alarmes e câmaras para que se tenha efetivamente um ambiente mais seguro", argumenta.

Comandante Regional de Cuiabá (CR1), coronel Zaqueu Barbosa, informa que a polícia fez um mapeamento dos locais que têm caixas-eletrônicos (a maioria está localizada na região central). Nesses lugares, segundo ele, são feitas rondas constantes para inibir a ação dos assaltantes.

O Coronel alega que 90% dos arrombamentos ocorreram em caixas que não tinham nenhum tipo de equipamento de vigilância. "Não têm dispositivo de jato de tinta, sensor de vibração ou câmera de segurança velada", comenta. "A diminuição dos arrombamentos passa por investimento por parte dos bancos em tecnologia para que se possa dificultar o acesso ou a ação dos bandidos", acredita.

O Estado não deveria garantir a segurança aos seus cidadãos? Será que é realmente papel dos bancos garantir que o cidadão possa fazer seus saques, retirar o seu suado dinheiro sem que este seja roubado? Será que vamos ficar escravizados pelos bancos, a mercê de inverstimentos privados para poder desfrutar de nossa vida social? A Segurança Pública de Mato Grosso está em frangalhos e quem perde com isso é a sociedade, que começa a ficar refém da criminalidade, ilhada, está perdendo aos poucos as comodidades em virtude da violência que impera no estado. O que se pode fazer, porque em outros estados, medidas são adotadas e em Mato Grosso, tudo continua como está. Porque Mato Grosso é o quarto maior estado do país e possui um efetivo policial menor do que a Paraíba por exemplo, que é oito vezes menor em extensão territorial? Porque Mato Grosso é um estado rico, maior produtor de grãos do país e paga um salário de miséria aos seus policias? Bem menor que o praticado estado do Sergipe por exemplo.

São perguntas que o cidadão que paga seus impostos quer saber, mas nunca consegue respostas. Até quando?? Até quando??

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