quinta-feira, 19 de maio de 2011

Atacadão é acionado judicialmente por danos morais


O vendedor Victor Leonardo Paoliello, de 33 anos, entrou com uma ação na Justiça por danos morais, alegando constrangimento e cerceamento do direito de ir e vir, contra o supermercado Atacadão, na loja do bairro Porto. A atitude foi tomada pelo rapaz após um saco de feijão, de dez quilos, cair de uma prateleira na cabeça de sua esposa, Jocilei Hart, no dia 7 de abril passado.

Victor afirmou a alguns meios de comunicação que na ocasião, ao invés de prestarem assistência, os funcionários que estavam no corredor começaram a rir e sequer perguntaram se Jocilei precisava de ajuda. Conforme Victor, a altura entre a estante e o chão era de, aproximadamente, quatro metros.

"Sete funcionários começaram a rir. Minha esposa ficou sem graça, quase chorando, o pescoço estava doendo por conta do impacto e eles começaram a rir. Estava com minha filha de um ano e nove meses no colo e pedi para que parassem, que se não fossem ajudar, ao menos não tumultuassem. Alguns saíram, mas três continuaram e um que cuidava do estoque, falou ‘vem me fazer parar de rir'. Eu não acreditei no que ele falou e ainda completou com ‘sai daqui que é pior para você'", relembrou.

As ameaças do funcionário do Atacadão, segundo Victor, o deixaram muito surpreendido e vendo o estado da esposa e a reação do estoquista, os dois homens chegaram a se agredir fisicamente. A briga foi separada por clientes do supermercado.

"O que parecia é que ele queria nos humilhar, o mercado estava lotado, já que era início do mês. O que ficou claro é que os funcionários não estavam preparados, desde o início do acontecimento, com uma situação dessas", disse.

De acordo com o vendedor, após serem separados, o gerente da unidade foi chamado. Segundo o relato de Victor, surpreendentemente, o gerente "deu voz de prisão" ao cliente, dizendo que ele responderia pelo que havia feito e que deveria esperar a Polícia chegar no local.

"Eu não esperei, minha esposa estava passando mal, precisava levá-la ao hospital. Fui até meu carro, seguido por seguranças, o gerente gritou na frente de todos os clientes para anotar a placa. O que parecia é que eu tinha roubado. Fomos ao hospital e em seguida eu fiz um Boletim de Ocorrência".

A ação

Conforme o advogado de defesa de Victor e Jocilei, Francisco Pinho, a ação contra o Atacadão foi protocolada na semana passada, na Justiça comum. Após a ação protocolada, o próximo passo é aguardar a intimação para uma audiência de conciliação, ainda sem data prevista para ocorrer.

Segundo Pinho, além das alegações feitas, Victor gostaria de alegar também omissão de socorro, já que segundo ele, o supermercado em nenhum momento, perguntou se a mulher havia se machucado. Porém não foi possível.

"Protocolamos a ação na esfera cível sobre danos morais, mas não houve documentos comprobatórios necessários para alegar a omissão. O que estamos analisando é se vamos entrar na parte criminal, já que há indícios de cárcere privado", analisou o advogado.

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