segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Tiririca é o deputado federal mais votado do Brasil
O cearense Tiririca (PR) recebeu mais de 1,2 milhão de votos válidos para deputado federal por São Paulo, mantendo a posição de mais votado no Estado para o cargo e o campeão brasileiro de votos. Essa votação é mais do que o dobro dos votos do segundo candidato mais votado Gabriel Chalita (PSB), que recebeu mais de 500 mil votos válidos.
Com sua votação, Tiririca já superou o deputado federal mais votado em todo o Brasil nas eleições de 2006: Paulo Maluf (PP-SP), que teve 739 mil votos. Em 2002, o deputado mais votado foi Enéas Carneiro - morto em 2007 -, com 1,5 milhão de votos.
Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR), votou por volta das 9 horas de domingo na região da Aclimação, em São Paulo. Sem a fantasia de palhaço, ele disse que não esperava que a candidatura tivesse tanta repercussão. Questionado sobre o que teria de concreto para fazer no Congresso, ele respondeu: “de concreto, só cimento”.
O candidato disse que não usou a fantasia hoje para evitar repercussão, mas não adiantou. Ele foi cercado por muitas pessoas no colégio e precisou ser escoltado por dois policiais militares. Ao sair, Tiririca cantou trechos de “Florentina”, sua música mais famosa.
INVESTIGAÇÃO
No último dia 27, em nota, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo negou a possibilidade de impugnação da candidatura do palhaço Tiririca, mas informou que estava tomando as “medidas necessárias” para apurar os indícios de que o candidato a deputado federal não sabe ler nem escrever.
Analfabetismo
“Tendo em vista matéria da “Época” desta semana sobre eventual falta de condição de elegibilidade [analfabetismo] do candidato a deputado federal por São Paulo, Francisco Everardo Oliveira Silva, conhecido como ‘Tiririca’, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo esclarece que o procedimento de registro do candidato transitou em julgado em 19 de agosto e, por isso, não há possibilidade de impugnação ou desconstituição de sua candidatura neste momento.”
A revista cita a Constituição, em que os analfabetos são inelegíveis e, portanto, não podem se candidatar e receber votos. Por lei, os candidatos são obrigados a apresentar à Justiça Eleitoral um comprovante de escolaridade. Na ausência de comprovante, devem demonstrar capacidade de ler e escrever. Para registrar sua candidatura a deputado federal, Tiririca apresentou ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo uma declaração em que ele afirma que sabe ler e escrever. Essa declaração, segundo as normas legais, deve ser escrita de próprio punho.
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