quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jayme pede afastamento do Senado


O senador Jayme Campos (DEM) irá se licenciar da cadeira por 120 dias, a partir de 26 de agosto, por motivos particulares. O pedido de licença foi comunicado aos primeiro e segundo suplentes de senador, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e o secretário de Governo de Cuiabá, Osvaldo Sobrinho (PTB).


Apesar de nota enviada pela assessoria de Jayme apontar que Pagot declinou automaticamente da vaga, o republicano posiciona que ainda irá analisar a questão. Para Pagot, na prática, a licença de Jayme representa uma verdadeira ‘saia-justa’ política, no momento em que o senador trava uma verdadeira rusga com o governador Blairo Maggi (PR), que tem entre seus fiéis aliados a figura de Pagot. Caso assuma a cadeira de senador neste momento, além de se afastar do Dnit, Pagot teria de enfrentar uma nova sabatina para reassumir o posto no Dnit.

Para chegar ao cargo, ele teve de esperar por seis meses, numa tramitação conturbada por denúncias no Senado Federal, instituição responsável pela sabatina de escolhidos à chefia de autarquias federais, encampadas por membros da bancada tucana na Casa. Nota enviada ontem pela assessoria de Jayme dava conta de que Pagot teria declinado do cargo durante a conversa com o senador. Ele teria dito não estar disposto neste momento a deixar os projetos em andamento no Dnit. Contudo, a versão de Pagot dada à imprensa na sequência é bem diferente.

Na condição de suplente, ele conta com o prazo de 30 dias para assumir a cadeira de titular, exceto em casos específicos. Caso não assuma o posto, ele está fadado a perder o mandato. “Tenho 30 dias para resolver essa questão e vou primeiro conversar com a Casa Civil do governo Lula e com o governador Blairo Maggi. Não sou sozinho. Sou um ente político. Faço parte de um grupo e devo satisfações políticas ao governador Blairo Maggi e ao presidente Lula”, declara Pagot, em alusão ao respaldo dado por Maggi e Lula no processo de indicação e nomeação no Dnit.

Negando qualquer desconforto político com o anúncio de Jayme, Pagot ainda afirma que o senador foi “gentil” e “cavalheiresco” ao comunicar o pedido de licença pessoalmente. “Regimentalmente, ele não precisava me informar”, observa. No mesmo release institucional enviado ontem à imprensa, a assessoria de Jayme informava que, assim que a reunião foi concluída com Pagot, Jayme comunicou oficialmente a Osvaldo Sobrinho sobre a futura vacância na Casa.

Durante o almoço, os dois já teriam, inclusive, acertado detalhes sobre a condução de projetos e trabalhos do Senado. Além da suplência, Jayme e Sobrinho apresentam um histórico de afinidade política: o petebista foi vice-governador na gestão de Jayme no Palácio Paiaguás. Atualmente, os dois também são atores políticos do ‘tríplice namoro’ entre o DEM, PDT e PSDB, de olho na sucessão estadual de 2010. O curioso é que o Sobrinho também já esteve ao lado de Pagot, exercendo a função de assessor especial do republicano no Dnit. Antes disso, ele já havia sido adjunto da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), no período em que Pagot comandou a Pasta.

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