A TVs Globo e Record voltaram a brigar publicamente. Cada emissora começou a levantar esquemas e supostas irregularidades de outra e vice-e-versa. Os telejornais estão priorizando pautas que levantam "podres" uma da outra. Assim, tem sido nos últimos três dias.
A TV Record, por exemplo, acusou o Ministério Público, em seu principal telejornal, na noite desta quarta (12), de ter fornecido documentos que estavam sob segredo de Justiça à Rede Globo. O Jornal Nacional, da Globo, por sua vez, nas edições de terça e quarta, deu destaque às denúncias que nos últimos dias atingem a Igreja Universal e Edir Macedo.
A Record disse que as acusações da Globo surpreenderam o Brasil, sendo "um ataque direto e desesperado". Eles frisaram o tempo que cada telejornal, de diversas emissoras do país, dedicaram ao assunto, observando que o Jornal Nacional fez uma matéria de dez minutos, "algo raro no jornalismo". A Record fez também uma viagem no tempo, relembrou escândalos envolvendo a Globo e a família Marinho, tais como a tentativa de impedir a reeleição de Lula, ter prejudicado o mesmo Lula no debate contra Fernando Collor de Melo, em 1989, bem como a tentativa de prejudicar Leonel Brizola em sua tentativa de se eleger governador do Rio de Janeiro, em 1982.
Depois, a Record do bispo Edir Macedo, que reside nos Estados Unidos, lançou uma indagação: "Como a Globo teve acesso a documentos do Ministério Público? Que tipo de negociação aconteceu? Estas denúncias eram para estar protegidas". No final do telejornal, porém, os apresentadores disseram que "a Record confia na Justiça, que é isenta e não se deixa influenciar por um grupo que tenha o monopólio da informação".
Já no JN, principal telejornal do país, apresentou nesta quarta à noite as denúncias do MP contra a Igreja Universal e o bispo Edir Macedo. Informou que "oito empresas de comunicação, entre elas a Rádio e Televisão Record, estão entre as dez principais beneficiárias de transferências eletrônicas ou depósitos bancários que saíram da Igreja Universal". O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso aos documentos. Edir Macedo e mais nove pessoas ligadas a ele estão sendo acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Outras beneficiárias seriam a Edminas SA, Rede Mulher de Televisão, Editora Gráfica Universal e Rede Família de Comunicação Ltda, todas ligadas ao grupo.
O jornal Estadão destacou ainda, em sua reportagem, que dos R$ 8 bilhões que passaram pela igreja e por empresas ligadas a ela em sete anos, R$ 300 milhões foram movimentados em cinco países: México, Venezuela, Estados Unidos, África do Sul e Chile. O MP de São Paulo também vai pedir ajuda internacional para rastrear movimentações financeiras na investigação de lavagem de dinheiro contra Edir Macedo e mais nove pessoas.
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