terça-feira, 20 de setembro de 2011

Maggi avalia gestão de Silval Barbosa e dá nota 6



Sempre tentando evitar críticas à gestão do atual governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), o senador por Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), não conseguiu fugir às comparações entre o seu Governo e a atuação do peemedebista durante entrevista ao telejornal "RDTV", do site RDNews.

Pressionado a dar uma nota para o seu sucessor, Maggi disse que o valor seria "mediano": "seis ou sete", mesma nota com a qual classifica sua atuação à frente do Palácio Paiaguás, em dois mandatos.

Para o republicano, cada um tem uma forma de governar, e a maneira de Silval se aproxima de um modelo descentralizador. Mas, para ele, isso não quer dizer que Silval não tenha, ainda, pegado as rédeas do Governo.

"Silval tem um ano e cinco meses de Governo. Eu era mais centralizador, não deixava as pessoas ficarem falando uma coisa, retrucando outra. Era eu quem falava. Ele prefere trabalhar de outro jeito, mas cada um tem estilo", disse o senador.

Maggi destacou ainda não sentir falta alguma de sua época como governador do Estado e disse ter saído com a sensação de "dever cumprido". Para o republicano, Mato Grosso avançou muito durante seus quase oito anos de Governo, apresentando crescimentos econômicos e sociais significativos, ainda que em outras áreas o Estado não tenha alcançado o resultado esperado.

Segurança Pública

O senador acredita que uma dos pontos que não avançaram significativamente durante a sua gestão foi exatamente a área de Segurança Pública, que hoje se tornou um dos maiores problemas enfrentados pela gestão Silval Barbosa.

"O ideal, para a Polícia Militar, é ter 11 mil homens. Mas, nunca conseguimos chegar perto disso. Consegui chamar três mil homens e, pelo outro lado, saíram 2 mil (por aposentadoria ou afastamento)", lamentou o ex-governador.

Maggi disse que falta à sociedade o entendimento de que o Governo deve respeitar limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. "Se ele passar disso (do limite), pode ser punido", explicou.

Insegurança

O republicano avaliou que a culpa pela insegurança que hoje toma conta do Estado não pode somente ser jogada nas costas do Executivo, citando a incorporação de mais 1,2 mil homens na Polícia Militar, a fim de melhorar o patrulhamento em Mato Grosso. Para Maggi, o problema tem raízes mais longe, na falta de estrutura familiar que atinge a sociedade.

"Não é falta de Polícia. Se não voltarmos à organização social para que a família se preocupe com os seus e dissermos que o Estado tem que fazer isso, estamos perdidos. A responsabilidade de fazer com que as pessoas sejam de boa índole é da família", alegou.

Maggi criticou também a legislação atual, ressaltando alguns pontos falhos que facilitam o aumento da criminalidade, como a maioridade penal, que é de 18 anos. "Tem projetos no Senado para diminuir a maioridade penal para 16 anos. Acho que, quando chegar a hora de votar, vai passar (ser aprovado), porque as coisas estão passando dos limites", disse.

Segundo o senador, existem criminosos que já conhecem a legislação e sabem o que podem ou não fazer para evitar a prisão. Alguns, até mesmo, usam os menores de idade como "testas de ferro", para cometerem os delitos, porque sabem que eles não podem ser detidos.

Saída de Maia

Sobre a saída do coronel Alexander Torres Maia, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente por pressões políticas, Maggi ironizou: "O Maia teve um atrito político com a Assembléia Legislativa nessa questão do meio ambiente, até por ser mais técnico. Não dá para mandar a Assembléia embora ou mudar o Governo. É mais fácil trocar ele (de posição)", disse.

No entanto, o republicano afirmou que defende que o governador deve ter autonomia para montar sua equipe. "Não acho que são os partidos que devem fazer as secretarias no Governo", ressaltou.

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