quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Operação Gênesis traz segurança para fronteira



Durante os 14 dias da Operação Gênesis II, deflagrada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) com apoio de 37 instituições municipais, estaduais e federais, os policiais conseguiram chegar a 41 pessoas que estavam com mandados de prisão decretados. Porém, quanto ao combate ao narcotráfico, o saldo de apreensões foi frustrante, tendo em vista que apenas 400 gramas de entorpecentes foram localizados no período.

As autoridades da Segurança Pública reclamaram da falta de ações no país vizinho para que se proceda de fato o combate ao crime organizado entre as fronteiras, sobretudo contra o narcotráfico. “A relação com a Bolívia é um trabalho que precisa ser feito pelo governo federal brasileiro”, avaliou o secretário de Segurança, Diógenes Curado. O Estado tem 983 Km de fronteira com a Bolívia.

Uma das medidas tomadas recentemente pelo país vizinho pode ser citada como exemplo da falta de movimentação local para o combate ao crime organizado. A Lei 133/2011 do país legaliza carros que entrarem por suas fronteiras, independente de sua procedência, e o entendimento das autoridades brasileiras com as bolivianas sobre o assunto manteve-se frustrado.

A operação chegou ainda à apreensão de 77 armas de fogo e 677 munições, e à recuperação de 11 veículos. As informações foram prestadas ontem pelo coordenador do Grupo Especial de fronteira (Gefron), tenente-coronel Antônio Mario Ibanez da Silva Filho, durante entrevista coletiva em Cuiabá. Apesar de o resultado parecer insatisfatório, principalmente se comparado com o aparato montado para operação (126 homens), as autoridades comemoram os números. “A integração dos órgãos da segurança pública é fundamental no combate ao crime e nosso principal objetivo foi evitar o crime e levar uma sensação de segurança aos moradores da região”, argumentou Curado.

O coordenador do Gefron tem a mesma avaliação. “A quantidade de drogas apreendida é uma prova de que o trabalho deu certo. Os narcotraficantes, ao perceber as barreiras na região, deixaram de mandar drogas para o Brasil. Será quantos quilos de entorpecentes deixaram de entrar no país nesse período?”, questionou. “Isso comprova que a operação precisa ser de caráter permanente”.

Curado adiantou que o Plano Estadual de Segurança e Combate às Drogas prevê mais operações este ano na fronteira. “O ideal seria uma estrutura montada na região, mas o Estado não pode arcar sozinho com esse custo”, apontou.

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