Mais uma vez, a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso e o Corpo de Bombeiros tem que esperar a boa vontade política para rever as suas bases salariais.
Instituição com 300 anos de existência e que sempre se desdobrou para atender a sociedade com o pouco que lhe é oferecida, pouco sim, já que, nunca possuiu equipamentos de ponta, nunca operou com viaturas que oferececem um mínimo de tecnologia e segurança, as viaturas de hoje não possuem sequer a gaiola que separa os detidos dos policiais (camburão), o que prejudica o serviço policial, as viaturas não possuem iluminação e plotagem apropriadas, por serem locadas, os policiais ainda utilizam o velho revóver 38, é só procurar nas ruas do centro e vislumbrar o fardamento e o armamento dos policiais e atestar o fato, cabe ressaltar que o centro é uma área com grande índice de roubos, furtos e "saidinhas de banco", mas, nada disso parece tocar o coração da casta política que rege o Estado de Mato Grosso, pessoas inescrupulosas que querem policiais nas ruas, para que o voto seja mais tranquilo, mas, que em contrapartida, não fomentam o bem estar da família miliciana.
Com raras exceções, e estas, devem ser especuladas, nomes que são presença em todas as reuniões para as negociações salarias e que nos bastidores, tem ajudado a Polícia Militar em suas demandas, nomes como o Deputado Walter Rabello e o Deputado José Riva, contudo, as negociações tem sido dispendiosas e desgastantes, com reuniões que levam a quase nada, já que o governo não leva em conta as necessidades dos policiais militares e de suas bases e querem reger a orquestra como um maestro que não ouve quando seus integrantes estão desafinados, continuando com o show mesmo assim, até que o show acabe e a orquestra deixe de tocar.
Será que ainda vivemos na época do "pagar para ver"? Não bastam casos como o acontecido recentemente no episódio da rebelião no Presídio Central de Cuiabá, onde um agente prisional veio a óbito, não se sabem ainda os motivos, contudo, o que se sabe é que o agente em tela, sequer recebeu formação profissional para exercer suas atividades e foi lançado dentro de uma penitenciária onde estão presos os criminosos mais perigosos do estado de Mato Grosso, para que só então, alguma medida política-administrativa pudesse ser tomada, será que a vida não vale? E as famílias? O que pensam sobre isso? Onde buscarão o sustento, já que o funcionário público não pode mais provê-lo, está morto!
Contudo, as mentes que governam ainda não se deram conta, que a melhoria permeia a valorizãção dos recursos humanos, investimentos em salários, em motivação, em condições de trabalho.
Porque será que Mato Grosso, um estado com grande potencial econômico, celeiro deste país, o estado que mais se desenvolveu no Brasil nos últimos 10 (dez) anos paga um salário menor que o estado do Sergipe, estado muito pequeno do Nordeste do país? Porque qual motivo, Mato Grosso, um estado que possui somente 6 (seis) mil policiais militares na ativa, sendo o quarto maior estado do país, paga um salário menor do que Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, estados muito menores, com efetivo maior do que a Polícia Militar de Mato Grosso e situados na mesma região, com problemas sócio-econômicos muito parecidos?
Desta forma, as polícias de nosso estado, junto com o glorioso Corpo de Bombeiros seguem capengando, sem o respeito e a motivação que merecem. À margem do direito de paralisação, seguem exercendo suas atividades com zelo, atenção e com o risco à própria vida, mas, seguem atendendo a sociedade deste estado maravilhoso. O governador grita aqui e acolá que não negocia com grevistas, contudo, também não negocia com quem não faz greve, porque, até então, em meio a grandes paralisações por todo o Brasil, de policiais pedindo a aprovação da PEC 300, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso jamais ameaçaram paralisação.
No site da ASSOADE, vislumbramos uma matéria com o seguinte nome: "Proposta Salarial do Governador à PM e BM é "lamentável" e segue a matéria que pode ser acessada no site www.assoade.com.br.
Quiçá estes bravos servidores do Estado de Mato Grosso, que exercem seu labor mesmo com o risco das próprias vidas, pudessem receber seus vencimentos de acordo com o tamanho de suas responsabilidades, aí sim, este estado seria pequeno para pagar o que realmente deveriam ganhar.
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