quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

UFMT deve expandir para o interior com a criação de novos campi



Após quatro décadas de história, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) pretende saltar de quatro para sete o número de campi pelo Estado. A atual reitora, Maria Lúcia Cavalli Neder, acredita que Mato Grosso tem regiões em que a UFMT ainda não chegou. “O projeto de expansão é uma política do MEC (Ministério da Educação) que vai continuar acontecendo. A cada ano cresce a quantidade de alunos à procura de um lugar na universidade federal”, salienta.

Neder não revela o nome das cidades que podem ser contempladas com os campi, mas aponta como critérios para a instalação as cidades com população entre 50 mil e 100 mil habitantes e nenhuma atividade desenvolvida pela própria instituição ou a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Os quatro campi em funcionamento da instituição instalados em Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e na região do Araguaia (ver matéria) são estratégicos e abrigam cursos conforme a demanda social de cada região. Como sede da universidade, o campus de Cuiabá é de longe o mais desenvolvido e funciona como uma espécie de centro de comando. Decisões tomadas pela administração superior na Capital influem diretamente no desenvolvimento ou atraso dos campi interioranos.

O mais antigo campus da universidade fora da Capital está localizado em Rondonópolis, cidade distante a 213 quilômetros de Cuiabá. Instalado em 1976, o campus começou com duas licenciaturas e hoje já conta com 17 cursos. Dependência à administração superior de Cuiabá, falta de estrutura e de professores ainda emperram o desenvolvimento do campus da região sul de Mato Grosso.

A pró-reitora do campus, Cecília Fukiko Kamei Kimura, enumera as dificuldades. “Faltam recursos e professores e a infraestrutura é um problema histórico”, aponta. O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) apontou deficiências em dois cursos ofertados no campus. Biblioteconomia e matemática receberam nota 2 e foram inspecionados pelo MEC. A grade curricular dos cursos passarão por mudanças e se o índice não aumentar, os cursos correm risco de fechar.

O problema ocorre em um momento em que o campus busca emancipação da UFMT para se tornar uma universidade federal. Excelência na avaliação dos cursos é um dos quesitos. “Avaliação igual ou superior aos cursos de Cuiabá e a oferta de três mestrados são alguns dos requisitos do MEC”, esclarece Kimura.

No norte de Mato Grosso, com apenas cinco anos de existência, o Centro Universitário de Sinop, a 500 quilômetros de Cuiabá, vivencia as benesses do crescimento do ensino superior no Estado. Por lá, 10 cursos já comportam 3.070 universitários e as primeiras formaturas também já estão acontecendo. De acordo com o pró-reitor, Marco Antônio Araújo Pinto, os três cursos avaliados até o momento obtiveram nota 4 no Enade. “A universidade pública nunca teve tanto dinheiro como hoje. Existem muitas obras, equipamentos e laboratórios em nosso campus, que só tem cinco anos de existência”, comemora. Pinto salienta que faltam professores. “A mobilidade de doutores no país é muito grande e sempre precisamos de professores em nossos cursos”, enfatiza. A tendência, segundo o administrador do campus, é que o Centro Universitário em Sinop se torne, nos próximos anos, um catalisador em pesquisas voltadas às áreas agrícola e ambiental.

NOVOS CURSOS – O campus de Cuiabá já possui três novos cursos aprovados. Terapia Ocupacional, Odontologia e Farmácia vão passar a funcionar após realização de concursos para professores. Economia, Estatística, Engenharia Civil, Saúde Coletiva, Zootecnia, Direito e Bacharelado em Física foram os cursos que entraram em funcionamento este ano dentre os quatro campi.

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