terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Inquérito aponta para granada sem condições de utilização
O inquérito que investiga as causas da explosão da granada que culminou com a perda da mão direita do agente prisional Adão Ramos da Silva, 50 anos, já ouviu oito agentes prisionais e quatro oficiais militares. Os depoimentos, até o momento, orientam as investigações para uma certeza: a explosão ocorreu por falhas na granada que chegou a ser condenada pela própria PM em relatório obtido com exclusividade pelo Diário.
Passados 20 dias, o inquérito já se avoluma em 100 páginas. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Miguel Rogério Gualda Sanches, os agentes prisionais ouvidos são os que estavam na mesma linha de tiro de Adão. Segundo o delegado, eles disseram que “grande parte das granadas era da Índios”. Granadas fabricadas pela Condor também eram usadas no treinamento.
Como a parte pericial do caso ainda nem começou a ser analisada, Sanches descarta terminar o inquérito em 30 dias e já confirmou que irá prorrogar as investigações por mais um mês. “Esse período de final de ano é ingrato para as investigações”, justifica.
Outros oficiais, o instrutor e auxiliar do treinamento ainda serão ouvidos. O delegado vai verificar como o relatório que reprovou os artefatos foi tratado pela polícia, se foi encaminhado aos batalhões, se houve alguma medida adotada para restringir o uso das granadas e como os testes que reprovaram os artefatos foram feitos.
Os oficiais responsáveis pelo Curso de Operações Penitenciárias Especializadas (Cope) já prestaram depoimento. Preliminarmente, segundo Sanches, o curso seguia as medidas de segurança necessárias para manipulação do artefato.
Em depoimento prestado à polícia antes de seguir viagem para casa, Adão reconheceu a granada que explodiu. Na frente de todos os modelos dos artefatos utilizados pela PM, o agente apontou para a fabricada pela Índios Pirotecnia LTDA. Segundo familiares, o agente está em Mirassol D’Oeste e constantemente reclama de dores no braço atingido pela explosão. Ele ainda toma medicamentos e é submetido a curativos diariamente. O comando da PM mato-grossense também investiga o caso em inquérito próprio. Em nota, a polícia enfatiza que só irá se manifestar após a conclusão das investigações.
Os agentes responsáveis pela guarda nas muralhas dos presídios, escoltas policiais e pela contenção de rebeliões no Estado terão que trabalhar armados. Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública, os agentes substituirão gradativamente os policiais nessas atividades e, para isso, terão que passar por capacitação.
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