quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Onda de assaltos a banco assola Mato Grosso


Duas ofensivas de assaltantes a bancos em municípios do interior do Estado aterrorizaram ontem moradores locais e mobilizaram a estrutura das policias Civil e Militar na procura pelos criminosos, que até o início da noite estavam foragidos.


Cerca de 10 homens fortemente armados em cada bando, com metralhadoras e fuzis, fizeram reféns em ações distintas nas cidades de Paranatinga (a 411 quilômetros de Cuiabá) e Lucas do Rio Verde (a 360 quilômetros).


Quase 200 policiais estariam mobilizados nas buscas. A polícia não descarta a suspeita das ações terem sido orquestradas por uma mesma organização criminosa, hipótese sob investigação. A primeira ação criminosa teve início em um bairro de classe média em Lucas do Rio Verde, na noite de segunda-feira. O gerente-administrativo do Banco Bradesco local, Valdir Amilton Gonçalves, a esposa dele e dois filhos, de 2 e 4 anos de idade, chegavam de uma festa familiar às 22 horas, quando foram rendidos por um grupo de assaltantes na porta de casa, no bairro Jardim das Palmeiras. As vítimas ficaram presas na casa até as 3 horas da manhã. Então, a mulher com as crianças foram levadas para um cativeiro, segundo o delegado de Lucas do Rio Verde, Flávio Springueta. Ao amanhecer, por volta de 6 horas, o gerente foi acompanhado por dois sequestradores até a agência, que exigiram, a princípio, R$ 500 mil para a libertação dos familiares. O valor foi reduzido para R$ 200 mil com negociações.


Os bandidos deixaram o local, enquanto o gerente-administrativo e o gerente-geral da agência bancária tentariam viabilizar o dinheiro. Sem os bandidos na unidade, a Polícia Militar cercou o banco. Minutos depois da ação policial no centro da cidade, o carro do gerente de banco foi encontrado numa estrada de terra e a mulher, acompanhada das crianças, estava em um terreno na região. Não houve feridos. A família ficou com os bandidos por cerca de 10 horas e foi liberada sem pagar. Até o início da noite, a polícia não tinha pistas dos seqüestradores. “Os bandidos, que não são daqui, foram surpreendidos pelo grande efetivo da Polícia Militar, devido à exposição agropecuária. Eles estariam na cidade há uma semana acompanhando a rotina da vítima. Como os hotéis estão lotados, fica difícil achar pistas”, falou o delegado.


A extorsão mediante seqüestro em Lucas pode ter sido realizada pela mesma quadrilha que assaltou ontem o Banco do Brasil em Paranatinga. Na cidade, a destruição foi maior: houve tiroteio e um disparo acertou um transeunte na perna, que no final da tarde recebeu alta no hospital do município, segundo a Delegacia de Paranatinga. Na ação violenta, os bandidos, também cerca de 10, chegaram à agência do Banco do Brasil por volta de 9 horas da manhã e atiraram na vidraça para entrar.


O roubo durou cerca de meia hora e, quando a polícia chegou, os bandidos estavam fugindo com três funcionários feitos reféns e, depois, liberados em pontos distintos da rodovia MT-020. O assalto fechou o comércio na região central. Um Renault Logan com placas de Cuiabá utilizado no assalto foi queimado em uma ponte na via que liga Paranatinga a Gaúcha do Norte, para dificultar as buscas. Cerca de 100 militares, com o Batalhão de Operações Especiais, tentam a captura, com o apoio de duas aeronaves. A ligação entre os crimes está sendo investigada, segundo o delegado Antônio Belarmino

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