Diante de conjecturas em torno de candidatos a governador e aliança da chapa majoritária, as candidaturas ao Senado ainda são uma incógnita no cenário político pré-eleitoral de 2010. Isso porque, além da definição dos partidos que vão compor as alianças, o pleito do ano que vem deve renovar dois terços do Senado Federal, o que quer dizer que cada eleitor vai votar em dois senadores, e não em um só como nas eleições de 2006.
Desse modo, o chamado “voto casado” preocupa os virtuais pré-candidatos que almejam o cargo de senador. Na prática, isso representa a preocupação de que uma candidatura isolada, mesmo que de um nome forte, pode ser fadada ao fracasso.
A prática é comum nesse tipo de eleição. Um candidato assume publicamente o apoio a outro e vice-versa. Além do simples apoio, a “dobradinha” pode representar parcerias eleitorais, como a confecção de folder, panfletos em conjunto e até mesmo a divisão de gastos de campanha, sempre respeitando as regras individuais de prestação de contas exigidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual José Riva (PP), é um dos que já assumiram publicamente a vontade em ser candidato a senador. Porém, uma de suas preocupações é a ‘dobradinha’ com um outro candidato em potencial.
“Diante de uma outra candidatura forte aberta para uma parceria, a nossa candidatura poderá ser fortalecida e essa é uma das preocupações sim”, afirmou o progressista. No caso do parlamentar, outro aspecto ligado ao voto casado pode ser determinante: a divisão da base eleitoral. No caso de Riva, conhecido por sua militância municipalista e com forte reduto eleitoral em pontos estratégicos no interior do Estado, nada mais viável do que apostar numa parceria com um candidato da baixada cuiabana, região de maior densidade populacional e que representa mais da metade dos eleitores do Estado.
A mesma situação pode ser analisada no caso do deputado federal Wellington Fagundes (PR), que já se colocou no páreo. Até agora, além dos dois parlamentares, o procurador da República Pedro Taques já vem assumindo, sistematicamente, candidatura ao Senado. Ele estava em conversa avançada com o PDT. Do outro lado, o PT também está dividido. Correntes da sigla se dividem quando o assunto é candidatura ao Senado. De um lado, está o grupo da atual senadora Serys Slhessarenko, que já se colocou como candidata à reeleição. De outro, o deputado federal Carlos Abicalil também se mostra interessado na disputa.
No entanto, apesar de importante, ainda não há definição ou especulação com relação aos suplentes. Na maioria dos casos, os suplentes atuam como financiadores da campanha de seus titulares. Em troca, depois de eleito, uma licença das atividades funcionais por um período superior a 120 dias para contemplar os suplentes que aproveitam esse curto período de tempo para ocupar uma das cadeiras do Congresso Nacional e aproveitar as benesses do Senado Federal.
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